Emily chegou por volta da meia-noite. Viera de trem. Ela viu o modo como ele sempre a retratava, em seus sonhos febris da madrugada, quando atirava longe a caneta e lançava o papel para fora da mesa, incapaz de escrever, incapaz de concentrar, incapaz de pensar em qualquer coisa que não fosse seu pescoço gracioso, a curva de seus quadris. Ela parecia a pura ideia de uma mulher, e não era melhor, perguntava-se ele, do que a realidade da situação? Não seriam ideias, afinal, tão superiores à realidade?
O despertador do Poeta – Shermam Anderson Hartman
Nenhum comentário:
Postar um comentário