sábado, 31 de julho de 2010

Felicidade não tem hora marcada

Uma tarde quente, e ela voltava pra casa com os fones de ouvido no máximo em um reggae. Um sorriso tímido brotava a cada instante que lembrava dos momentos que a pouco viveu com ele. Mas isso era só um detalhe, ela se sentia muito bem, tudo parecia ter se ajeitado. Finalmente. E o melhor é que no momento em que se largou e foi ela mesma, de allstar, camiseta larga e olhos sem nem ao menos um traço de delineador; ela encontrou ele. Que gostava dela exatamente assim, sem artifícios que o atrapalhassem de contemplar sua pele clarinha e sua boca naturalmente rosada. Ela sentia-se cada minuto mais livre, ainda mais porque naquela noite ela sairia para dançar com as amigas, e sem compromisso e nem horário iria encontrar ele, dançando desajeitado no canto da pista, envolveria ele num abraço e depois eles se beijariam carinhosamente. Simplesmente assim, sem precisar de alianças e nem de declarações pra demonstrarem o quanto estavam felizes juntos.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Mais abraços, por favor

Ela sentia-se totalmente afastada de tudo e de todos. Na escola tudo na visão dela parecia idiota demais, a rotina enjoativa, os assuntos fúteis, os rostos desanimados, todos vestidos iguais, pessoas que um dia eram legais até demais com ela, mas em compensação no dia seguinte nem mesmo a cumprimentavam. Que falta que ela sentia do ano passado, a escola pequena, onde ela conhecia todo mundo, seus melhores amigos, a facilidade que eram as provas, sentia saudade até do uniforme horrendo. Ela também sente falta de abraços, ela adora abraços, pois são os melhores presentes que alguém pode receber se verdadeiros. Ninguém mais a abraçava de verdade, com intensidade e sentimento. Era só aquela velha história de um ‘oi’ mais ou menos e dois beijinhos no vento. Muá. Muá. Será que ninguém mais sentia nada por ela ou as pessoas sentiam medo ou vergonha? Na verdade, nenhuma das opções é a correta. Mas de uma coisa ela sabia, queria mais abraços. Porque esses sim, fazem um bem danado a ela.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Eu não te amo, mas também não te odeio

Às vezes eu gosto tanto dele, que o sentimento quase não cabe dentro de mim. No entanto, eu sinto tanto ódio dele às vezes, que chego a pensar que se ele aparecesse na minha frente, eu poderia arrancar seus cabelos, fio por fio, assim friamente. Quando falam dele perto de mim, eu simplesmente solto uma gargalhada, como se pra mim tanto fizesse, mas no fundo eu me importo até demais. Trancada no meu quarto e tendo ele longe do meu campo de visão, eu simplesmente não sinto nada por ele, parece que tudo que antes parecia não caber dentro de mim, desapareceu. Porém, basta eu encontrá-lo que tudo volta à tona, e a vontade de não sair mais de seu lado toma conta de mim. E mesmo eu sabendo que seu abraço não é o melhor do mundo, que seu perfume não é o mais dominante nesse ambiente, que sua imagem não é forte em minha mente, quando contemplo aquele sorriso, eu só queria aninhar-me em seus braços. O mais estranho é que por mais que eu queira ele por perto, vê-lo partir não faz meu coração desmoronar e enquanto ele não me fizer sofrer, estará tudo bem.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Naquele ponto de ônibus

E lá estavam eles, ela uma garota tímida de 15 anos, longos cabelos lisos e escuros, grandes olhos verdes e um jeito engraçadinho. Ele um garoto extrovertido de 16 anos, cabelos castanhos e desgrenhados, um sorriso mais que encantador e sempre com uma piadinha na ponta da língua. Os dois sentados num banco do ponto de ônibus, fazia frio e ele segurava as mãos dela para aquecê-las, já que ela havia esquecido as luvas em cima de sua mesinha de cabeceira. Não, eles não eram namorados, mas sim apenas amigos, bons amigos. É claro que se alguém passasse pela rua e os visse, logo pensaria: “Amigos? Não, é impossível, olhe só para eles!”, mas basta ficar observando eles, assim como eu fiz, para notar que apesar do jeito como seus olhares se cruzavam, eles não passavam de amigos. Eles não eram melhores amigos, e acho que nunca se consideram tanto, porém eles sempre tentavam se ajudar, se aconselhar. Ela sempre dava um jeito de arrumar namoradinhas pra ele, e ele arrumava namoradinhos para ela. No entanto, agora os dois não se interessavam por mais ninguém, por mais que um tentasse ajudar o outro a não ficar sozinho, ninguém parecia agradá-los. Então ultimamente eles vinham passando algum tempo juntos, não propositalmente, mas simplesmente porque sempre que saiam para caminhar e pensar na vida, eles se encontravam e ficavam horas a fio conversando. E neste dia ela resolvera caminhar em outras ruas, respirar ares diferentes, então pegou um ônibus e foi dar uma volta perto da casa dele, na verdade ela estava mesmo querendo encontrar com ele, realmente queria um abraço dele, um sorriso dele, só dele. Não adiantava mais conversar com seu melhor amigo, nem com sua melhor amiga, nem com seu irmão, nem com seu pai, ninguém parecia completá-la e entendê-la totalmente, só ele. Então logo que desceu do ônibus deparou-se com ele no ponto de ônibus, ele estava exatamente esperando que o ônibus viesse para que ele pudesse ir até a casa dela, conversar. Quando se viram os dois abriram um sorriso imediatamente, o abraço de cumprimento não foi imediato, e quando aconteceu foi como sempre, meio sem graça e meio de lado, porém ela adorava aquelas bochechas quentes dele que tocavam seu rosto no abraço e ele amava o jeito como seus olhos piscavam devagar quando ele a fitava de perto. Ficaram tão distraídos que nem caminharam até um lugar quente ou aconchegante, ficaram ali sentados no ponto de ônibus, desabrigos e não se importando nenhum um pouco com o vento congelante e nem com a garoa fina que caía, e as horas se passaram voando. O tempo frio fez com que a noite se antecipasse, e logo ela precisava entrar em algum ônibus e ir para casa, ele ficou e esperou com ela. Risadas, sorrisos, olhares, piadas e ela não queria ir embora, então recostou sua cabeça sobre o ombro dele e suspirou, ele passou a mão nos lisos cabelos dela e isso fez com que ela sentisse um arrepio, os dois envergonhados com isso riram. O ônibus dobrou a esquina e ela levantou-se, sorriu olhando para baixo e ele sacudiu a cabeça de um jeito engraçado. Eles disseram-se ‘tchau’ e se abraçaram daquele mesmo jeito sem graça e meio de lado. Ao sentar-se no banco do ônibus, ela sorriu. No final das contas, não havia acontecido nada demais, não teve beijo no canto da boca na despedida, nem abraço caloroso e nem mesmo uma declaração inesperada, mas ela sabia que um dia, eles ainda acabariam juntos como um casal.

domingo, 11 de julho de 2010

Mas este sempre foi o meu jeito. Tomar decisões era parte dolorosa para mim, a parte que me angustiava. Mas depois que a decisão era tomada, eu simplesmente a seguia - em geral com grande alívio por ter decidido o que fazer!
Crepúsculo - Stephenie Meyer

A paz de um sorriso

Ela gargalhou. Quando Lou Calabrese gargalhou, foi impossível lembrar que havia uma tempestade congelante lá fora e que um vento ártico tenebroso estava batendo nas quatro fragéis parede em volta deles. A gargalhada de Lou Calabrese era como um abençoado raio de sol após um mês de chuva. Como uma cerveja gelada após uma longa caminhada. Como um banho morno depois de um dia de frio. Ele ficou se perguntando por que não havia percebido isso antes.
Ela foi até o fim - Meg Cabot

sábado, 10 de julho de 2010

37 e-mails não lidos e uma caneca de café pela metade

Uma noite fria e tediosa como muitas de julho. O notebook à sua frente na mesa da cozinha, ecoando baixinho uma música romântica e envolta em suas mãos uma caneca de café que de gole em gole, ficou pela metade. Afundada em pensamentos, mais precisamente no sonho que teve na noite anterior, aquela maldita imagem não saia de sua cabeça, não havia como apertar o 'pause'. E em mais uma tentativa frustrada de distração, resolveu checar sua caixa de entrada, 37 e-mails não lidos e nenhum deles parecia interessante. Nada mais parecia interessante, nenhuma música, nenhum filme, nenhum lugar, e as pessoas que lhe interessavam, que lhe faziam bem, estavam todas ocupadas demais. Assim como a caneca de café e essa crônica, tudo em sua vida estava pela metade.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Última vez

Hoje foi a última vez que ela viu ele pelos corredores; a última vez que ela pode contemplar aquele sorriso contagiante; a última vez que ela olhou diretamente naqueles profundos olhos castanhos; a última vez que ela esbarrou nele e pode sentir aquele perfume forte; a última vez que ela tentou não ficar fixada nele; última vez que ela desejou ter ele consigo e não teve. Foi a despedida, a última vez. Mas estaria ela livre dos pensamentos que traziam ele à sua mente?

domingo, 4 de julho de 2010

Eu simplesmente podia ter silenciado

Pessimismo não resolve as coisas, não irá te ajudar a sentir-se melhor. É bem mais preferível encher uma caixa d'água chorando, depois ligar o som no máximo e extravasar tudo, do que ficar dizendo que nunca irá conseguir ou que é impossível. Nada é impossível, pode ser incrivelmente difícil, mas não impossível. Quando não se sente bem consigo mesmo, releia aquele trecho favorito do livro que está em sua prateleira, entre no personagem e sinta-se radiante. Sorria, não desanime. Porque por mais que às vezes todo mundo queira que o mundo pare, ele não para, o tempo não espera você se recompor. Portanto aproveite, e não perca tempo com o que no fim não acrescentará nada na sua vida. É tão mais proveitoso sair pra sentir o vento soprando nos seus cabelos, do que ficar em casa na frente de um monitor o dia todo, esperando que alguém comente as suas fotos novas. Eu posso estar terrivelmente errada, mas não vejo sentido nisso. A vida é curta e o tempo não volta. E eu sei que talvez, isso não passe de futilidades que por algum motivo banal eu resolvi escrever.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Desgrenhado e autêntico

O clube tinha voltado ao estado de normalidade. As pessoas batiam papo em voz baixa, com suas cervejas, enquanto o novo disco do Franz Ferdinand tocava no sistema de som. Dan agora estava sentado a beira do palco, ao lado de uma garota bronzeada muito bonita com cabelos cor de mel, aninhando uma garrafa de água tônica Shweppes. Ele parecia totalmente abatido, mas a garota estava falando, rindo e sorrindo como se Dan fosse o cara mais interessante que conhecera na vida. - Cecily von Ziegesar
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