sábado, 5 de junho de 2010

Só tua presença vai me deixar feliz, só hoje

Havia muito tempo que ela não sentia nada especial por alguém, muito desde sua última paixãozinha, muito tempo desde sua última desilusão, porém o medo de sentir-se sem chão ainda estava dentro dela, e não permitia que ela acreditasse que outro alguém pudesse a fazer sorrir, fazer suas pernas tremerem, fazer com que ela quisesse que um beijo durasse o infinito, havia realmente muito tempo. Ultimamente nada tinha feito seu coração bater mais forte, nada fez com que sentisse alguma sensação mágica e desconhecida. Mas suas amigas tinham percebido que um sorrisinho bobo sempre se abria e a iluminava quando ele passava, aquele garoto mais velho e totalmente desgrenhado, mas ela sabia que não tinha chances. E mesmo sem nunca ter conversado com ele, ela sentia que quando seu olhar acompanhava os movimentos dele, o olhar dele cruzava com o dela, não conseguia acreditar que era possível que ele estivesse realmente olhando para ela, mas no fundo ela amava isso. E naquele dia, sentada sozinha num banco qualquer no pátio da escola, enquanto o sol aquecia sua pele e iluminava seus longos cabelos cacheados, desviou os grandes olhos verdes do livro que estava lendo e o observou passar logo atrás da turma dele, ela não resistia ao impulso de continuar olhando, mas conseguiu desviar os olhos novamente, passando a mão nos cabelos e tentando voltar sua atenção para o livro. Ela sussurrava pra si mesma: "Pare com isso, pare com isso, você está muito bem sozinha e é assim que vai ser, sempre foi assim!". Foi então que ela percebeu que alguém havia se aproximado, meu Deus, era ele, o garoto mais velho, com seu cabelo desarrumado, seus olhos brilhantes e seu sorriso perfeitamente espontâneo e branco. Ela piscou os olhos repetidamente, para ter certeza de que não estava enlouquecendo, mas não era sonho, era a realidade ali, a sua frente. Ela ergueu os olhos, ainda descrente, e ele pegou a mão dela e pediu se estava tudo bem, ela sorriu e concordou com a cabeça. Eles permaneceram ali sentados no banco, conversando até o último sinal soar, ele pediu se podiam se falar no dia seguinte, ela sem pensar respondeu que era tudo que mais queria e logo ficou vermelha de vergonha, ele riu, chegou mais perto, deu-lhe um beijo no cantinho da boca e despediu-se. Para ela tudo aquilo foi surreal, seguiu de volta pra casa, sorrindo, não conseguindo acreditar que ele havia reparado nela, que ele havia ido conversar com ela, mas sim, era tudo realidade.

Nos fones de ouvido: Só Hoje - Jota Quest

3 comentários:

Caroline Petroli disse...

Muito perfeito!
Aliás todos os posts são perfeitos!
*--*

Juli Vargas Pegoraro disse...

Nem preciso falar nada né Caroline? MUITO PERFEITO! ;O

Daniele Paiva disse...

que lindo mimi

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