quinta-feira, 20 de maio de 2010

Feche os olhos, apenas, feche os olhos

A chuva caía pesada e o vento soprava gelado, mas agora ela simplesmente não ligava. Estava usando a camiseta de sua banda preferida, seu jeans mais velho e o moletom da escola, a bolsa velha estava à tiracolo e o cabelo encaracolado agora estava preso no alto da cabeça. Seus olhos vagavam distantes, tão distantes, que ela nem mesmo sentia frio, mesmo com a chuva fina tocando sua pele, borrando os traços de lápis preto nos olhos e desmanchando o coque. Ela se sentia extremamente bem e leve, quando estava desgrenhada, quase podia sentir-se levitando enquanto andava apressada pelas ruas da cidade agitada, nos pés os all star detonados pela chuva, pareciam cada vez mais confortáveis para ela e sua mente sabia que tudo de que precisava era um chocolate quente, um sorriso caloroso daquele garoto desgrenhado e lindo que nunca havia olhado para ela e a simples sensação de reconforto, que a tempos não experimentava. Fechou os olhos e por um rápido momento o mundo ao seu redor, parecia ter parado e se rendido aos desejos dela.

2 comentários:

naath disse...

sério, carol, muito bom! literatura (y)

victória disse...

eu amei demais, mesmo!

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