sexta-feira, 28 de maio de 2010

Sentir saudades

Para ela agora, tudo parecia banal, fútil demais. Tudo estava exatamente como sempre foi, mesmo ela tendo trocado de escola, o que aumentava ainda mais as semelhanças com o passado, pois como no ano passado, as lágrimas de saudade rolavam pelo rosto gelado, por causa do vento. E a saudade para ela era muito mais do que lágrimas que rolavam pelo rosto, era um sentimento confuso que domina seu peito, e se confundia constantemente com medo, pois sentia aquele frio na barriga em pensar que por estar afastada, aqueles bons e velhos amigos esqueceriam dela. Esse medo brotava de seu pensamento, pelo simples fato deles estarem sempre vivos em sua memória, naquele último encontro com todos, essa era a imagem que ela guardara, estava eternizada pelos rostos das pessoas que ela mais amava sorrindo, era um sentimento de 'lar, doce lar'. Mas agora tudo mudara o dia-a-dia, a escola, as companhias mais frequentes, e isso cada vez mais fazia seu coração apertado doer mais, afinal, ela nunca fora muito boa no quésito garotos, e de alguma forma isso a incomodava, uma vez que todas as novas amigas, eram bem arranjadas nessa 'área'. E no lugar que estava agora as pessoas pareciam não compreender o jeito desligado e sorridente dela agir, muitos a olhavam com uma expressão estranha, como se ela fosse um E.T., mas na verdade ela só queria os velhos amigos de volta, eles sempre entenderam e gostaram dela, sem querer mudar nada, e isso a fazia sorrir cada vez mais, porque ela se sentia livre pra mostrar o melhor de si, mostrar os sentimentos, as fraquezas e os pontos fortes. Mas agora sentada no meio fio, enquanto o vento frio balançava seus cabelos e uma lágrima rolava pelo canto do olho direito, ela sussurrou ao vento: "Eu vou lutar, eu vou conseguir superar, porque mesmo longe, eles estão lá. E afinal, quem nunca sentiu saudade?"

terça-feira, 25 de maio de 2010

Alguém em quem confiar

E lá estava ele, em mais um dia tranquilo, conversando com os amigos pela internet e lendo sua coleção favorita de livros, quando de repente ouve o interfone. Achou que podia ser sua mãe que havia esquecido a chave ou algum vendedor, mas quando espiou pela janela, viu a sua melhor amiga lá, o esperando, ele desceu as escadas com um sorriso estampado no rosto, mas quando abriu a porta, percebeu que ela estava chorando, imediatamente seu coração virou do avesso. Então ele correu até o portão para abri-lo o mais rápido que pudesse, ele a abraçou confortando-a, escutou atentamente o que havia acontecido e jurou segredo, para animá-la conversou com ela coisas bobas, só para passar mais tempo ao lado de quem gosta, e no fim, escutou um simples “obrigada” e a viu sorrir tranquila, que apesar de ser uma palavra tão simples, vindo dela, valeu mais que qualquer coisa neste mundo para ele.

A história antes contada pelos meus olhos, agora reescrita por meu melhor amigo Fabian Loti, descrevendo como foi aquele dia nos olhos dele.

sábado, 22 de maio de 2010

Não vá embora, não agora

Ela já estava cansada desse sentimento de indecisão, isso já estava dominando seus pensamentos e a cada minuto que passava seu coração parecia espremer-se dentro do peito. Digamos que isso não era uma coisa boa, porque ela sentia a falta dele, sentia falta daquela voz meiga dizendo o quanto gostava dela, gostava do jeito dele sorrir, o jeito como ele acariciava os longos cabelos castanhos dela, saudade do melhor beijo que já havia experimentado. E nos últimos dias ele estava pressionando ela, a fazendo ter flashes do passado em sua cabeça, sentir os mesmos arrepios, e realmente parecia que ele fazia isso de propósito, porque ele também sentia falta dela, e do jeito que ela o fitava com seus grandes olhos verdes quando o vento soprava, fazendo seus cabelos se esvoaçarem e por causa do frio que isso provocava nela, sentia falta de abraçá-la quando isso acontecia, sentia falta de tocar na pele arrepiada dela pelo simples fato dele estar respirando junto a seu pescoço. E tudo isso fazia os dois sentirem-se atordoados, mas ele não queria forçar nada, porque gostava demais dela para vê-la infeliz. Porém do outro lado ela sentia-se do mesmo jeito, e se as coisas continuassem assim, os dois perderiam a força e colocariam essa paixão escondida em algum cantinho do coração. Não essa história não podia acabar assim, pensou ela deitada em sua cama, então se levantou, borrifou no pescoço o perfume de que ele mais gostava e correu pelas ruas, o encontrou sentado de cabeça baixa, na praça. Seu coração quase saltou pela boca por ter visto ele assim, tão desprotegido, mas logo que ele a viu colocou-se de pé e antes que pudessem perceber estavam a dois centímetros um do outro, ele sussurrou: "Desculpa!". Ela em resposta aproximou-se mais, colocou as mãos na nuca dele e disse: "Eu te amo", e num beijo sentiram o tempo parar e as almas se completarem.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Feche os olhos, apenas, feche os olhos

A chuva caía pesada e o vento soprava gelado, mas agora ela simplesmente não ligava. Estava usando a camiseta de sua banda preferida, seu jeans mais velho e o moletom da escola, a bolsa velha estava à tiracolo e o cabelo encaracolado agora estava preso no alto da cabeça. Seus olhos vagavam distantes, tão distantes, que ela nem mesmo sentia frio, mesmo com a chuva fina tocando sua pele, borrando os traços de lápis preto nos olhos e desmanchando o coque. Ela se sentia extremamente bem e leve, quando estava desgrenhada, quase podia sentir-se levitando enquanto andava apressada pelas ruas da cidade agitada, nos pés os all star detonados pela chuva, pareciam cada vez mais confortáveis para ela e sua mente sabia que tudo de que precisava era um chocolate quente, um sorriso caloroso daquele garoto desgrenhado e lindo que nunca havia olhado para ela e a simples sensação de reconforto, que a tempos não experimentava. Fechou os olhos e por um rápido momento o mundo ao seu redor, parecia ter parado e se rendido aos desejos dela.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Escolha uma estrada, e não olhe pra trás


Ela havia desacreditado em tudo, nela mesmo, no mundo, na felicidade, no amor. E por dois minutos achou que sua vida estava lhe soprando aos ouvidos: “game over”. Mas não era bem assim, e ela percebeu isso quando sua música preferida tocou no rádio e seu amigo foi lhe perguntar o motivo de tanta tristeza. Quando ele pediu isso já era tarde demais, para a tristeza é claro, porque ela percebeu que independentemente do que acontecesse sempre haveria alguém do seu lado e ao invés de game over, ela sentia que o que soprava em seus ouvidos era: “siga em frente, e não olhe para trás!” E assim um sorriso se abriu, ela cantou os últimos versos da música e abraçou o amigo, que estava ali confuso com tudo.


Créditos para a modelo da foto, Nathália Ferrari.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Felicidade instantânea

Não que aquela tarde tenha sido a melhor, a mais perfeita ou a mais ensolarada, mas de certa forma aquela tarde era especial, e elas duas sabiam muito bem disso. Mesmo o céu estando meio nublado, o vento congelante e as ruas desertas, elas tinham a companhia da outra e isso de alguma forma, bastava. Haviam chegado ao ponto de ônibus sem fôlego, pela corrida, e a pressa tinha um motivo, não perder tempo em aproveitar cada minutinho da vida e é claro, correr para garantir ingressos para o show da banda que viria à cidade no próximo mês. Para elas muito mais que um show, o reecontro com a perda de juízo, de conceitos prontos, o reecontro com a forma mais pura de felicidade! Não haviam se dado conta, mas o dia já chegava ao fim com aquele ar de "quero mais", mas elas sabiam que tinha valido a pena, pois sorriram o tempo todo, tinham a amizade uma da outra e haviam descobrido a fórmula da FELICIDADE INSTANTÂNEA!


Para a que mais entenderá, Michele Rech =)

E se quiser voltar atrás?



Ela atirou-se na cama recém arrumada e agarrou-se no travesseiro, enquanto pensava nas coisas como eram uma vez, no tempo que ela sorria boba, mas feliz, ao pensar nele, sua antiga paixão improvável e distante. Mas logo as lembranças felizes partiram e ela lembrou-se de como ele agiu como um perfeito canalha ao mentir pra ela, não que ela tenha ficado realmente triste, o que ela havia sentido era raiva, muito raiva de si mesma, por ter acreditado nele. Mas agora ela sabia que isso não importava mais, ela sentia-se bem assim, aparentemente pelo menos, no fundo ela queria apaixonar-se de novo, no entanto sua razão não a deixava mais.  Enquanto pensava nisso melancolicamente, ela levantou-se, foi até a janela, olhou o horizonte verde que brilhava sob o sol, deixou que a música que tocava ao fundo entrasse em sua mente e suspirou.

domingo, 16 de maio de 2010

Alguém em quem confiar

Então ela pegou uns trocados que havia deixado em cima da mesa de cabeceira e saiu porta a fora, deixando pra trás o celular, o barulho da TV, as vozes familiares conversando e seguiu pelas ruas tranquilas, a caminho da casa de seu melhor amigo. Ela respirava pesado e espremia os olhos para que não desmanchasse em lágrimas. O tempo que ficou parada em frente ao prédio do amigo, esperando que ele descesse, pareceu uma eternidade, mas quando ela o viu o rosto conhecido, as primeiras lágrimas rolaram pelo rosto,  a maquiagem borrada misturada com a pele branca arroxeada pelo choro e nervosismo. Os braços trêmulos envolveram o pescoço do melhor amigo em alívio de ter encontrado o abraço de alguém em que confia.


Em homenagem ao meu melhor amigo, Fabian Loti!

Como sempre, não tenho ordem


Os versos da música preferida dela do The Kooks, espalhavam-se pelo quarto colorido e desorganizado e pelo simples fato de estar ouvindo essa música, ela abriu um sorriso e continuou pintando as unhas de rosa neon. Talvez o fato de tudo parecer extremamente bem, fez com que ela se sentisse reconfortada. Mas ultimamente sua mente estava meio perturbada, ela sabia o que devia fazer e disso sua mente estava cheia, mas o que ela realmente queria, desde sempre, ia muito além disso. Ela queria viver o futuro desconhecido que estava esperando por ela, ...
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